Na decisão em que negou liminar para impedir que Dilma Rousseff ocupe
cargos públicos, a ministra Rosa Weber disse não haver qualquer
prejuízo se a ex-presidenta assumir cargos do tipo antes que o Supremo
Tribunal Federal (STF) julgue se o fatiamento da votação doimpeachment está ou não de acordo com a Constituição.
Na sexta-feira à noite, Rosa Weber negou, em uma única decisão, a
concessão de liminar em doze diferentes mandados de segurança que foram
protocolados no STF questionando a divisão da votação final do
impeachment no Senado.
Os mandados de segurança foram apresentados pelos partidos PMDB,
PSDB, DEM, PPS, Solidariedade e PSL, pelos senadores José Medeiros
(PSD-MT) e Álvaro Dias (PV-PR) e pelo deputado Expedito Netto (PSD-RO),
bem como por seis cidadãos comuns. Todos pediam liminar para impedir que
Dilma ocupasse cargos públicos antes que o Supremo julgasse o mérito da
questão.
Entretanto, “a possibilidade em tese de a litisconsorte necessária
Dilma Vana Rousseff vir a exercer função pública não acarreta dano
efetivo ao julgamento por esta Suprema Corte acerca da alegada violação,
pelo Senado Federal, do art. 52, parágrafo único, da Constituição,
diante do fracionamento efetuado na votação final do processo do impeachment”, escreveu Rosa Weber, na decisão que foi tornada pública, na manhã de ontem (12).
“A mera especulação de notícias veiculadas em meios de comunicação
quanto a eventual convite para o exercício de função pública, como
argumentado, não traz prejuízo ou dano para o julgamento definitivo do
mérito desta ação constitucional”, acrescentou a ministra.
Até o momento, Dilma possui um convite
de trabalho confirmado, para presidir a Fundação Perseu Abramo, do PT,
feito pelo presidente do partido, Rui Falcão. Dilma teria pedido um
tempo para pensar no assunto, enquanto descansa em sua residência em
Porto Alegre.
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