A Superintendência da Polícia Federal (PF) em Pernambuco deflagrou
hoje (8) uma operação para apurar a suspeita de desvio de recursos
públicos federais destinados ao socorro de vítimas de desastres naturais
no Maranhão e em Pernambuco. Cerca de 80 policiais federais, com o
apoio de servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), participam da
ação.
Sete mandados de prisão preventiva foram cumpridos, sendo
quatro em Pernambuco (onde dois dos alvos já estavam detidos) e três no
Maranhão. Também foram executados mandados de busca e apreensão em
endereços ligados aos investigados, que terão seus bens sequestrados por
determinação judicial a fim de garantir o ressarcimento dos prejuízos
aos cofres públicos.
Apelidada de Círculo de Fogo, a operação é
um desdobramento da Operação Torrentes, desencadeada em novembro de 2017
para investigar as suspeitas iniciais de corrupção em projetos
irregulares de reestruturação de cidades da zona da Mata Sul
pernambucana, atingida por enchentes em 2010 e 2017. Entre os
investigados em Pernambuco estão oficiais do Corpo de Bombeiros,
empresários e outros servidores públicos.
No decorrer das
investigações, a PF encontrou indícios de que a mesma prática criminosa
vinha sendo reproduzida no Maranhão. Com a cumplicidade de oficiais do
Corpo de Bombeiros maranhense, os participantes do esquema desviavam
parte do dinheiro repassado pelo Ministério da Integração Nacional para
assistência à população atingida pela forte seca que atingiu o estado em
2013 e 2014.
De acordo com a PF, empresas de fachada eram
contratadas mediante o pagamento de propina a agentes públicos. Ao
investigar a atuação do grupo no Maranhão, os investigadores constataram
que empresas depositavam quantias em dinheiro nas contas bancárias de
oficiais do Corpo de Bombeiros, após a corporação pagar por serviços
irregulares. Às vezes, antes de chegar às contas correntes dos oficiais
militares, o repasse era intermediado por pessoas suspeitas de atuar
como operadores do esquema.
A PF calcula que os prejuízos com o
superfaturamento de contratos e do não fornecimento integral dos
serviços contratados podem totalizar um prejuízo superior a R$ 10
milhões aos cofres públicos.
Até o momento, a reportagem não conseguiu contato com o Corpo de Bombeiros do Maranhão e de Pernambuco.
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