O papa Francisco
disse ontem quinta-feira (16/1) que é preciso envergonhar-se com os
vários escândalos que abalaram a Igreja Católica. Ele falou durante a
homilia na tradicional missa matutina que celebra na Casa de Santa
Marta, no Vaticano, onde reside.
“Mas, tivemos vergonha? Tantos
escândalos que não quero mencionar individualmente, mas que todos
sabemos quais são. Escândalos [pelos quais] alguns tiveram de pagar
caro. E isso está bem! Deve ser assim… a vergonha da Igreja”,
acrescentou, de acordo com a Rádio Vaticano. “Mas, temos vergonha desses
escândalos, dessas derrotas de sacerdotes, bispos e laicos?”, insistiu.
O papa considerou que os responsáveis
envolvidos nos escândalos “não tinham uma relação com Deus. Tinham uma
posição na Igreja, uma posição de poder e também de comodidade, mas não a
palavra de Deus”.
Na terça-feira (14), o papa também
denunciou, durante a homilia na Casa de Santa Marta, a “figura do
cristão corrupto”, ao falar de laicos, sacerdotes e bispos que se
aproveitam da situação e dos privilégios.
O representante do Vaticano na ONU em
Genebra, Silvano Tomasi, apresentou hoje à Comissão das Nações Unidas
para os Direitos da Criança a resposta da Igreja aos abusos sexuais de
menores por padres e outros funcionário. Ele disse que não existe
“desculpa possível” para esses casos.
Tomasi acrescentou que o Vaticano
formulou “diretivas” na matéria para facilitar o trabalho das igrejas
locais, que desenvolveram também recomendações para evitar abusos, disse
ele, citando a Carta para a Proteção das Crianças e Jovens, adotada
pela Igreja Católica norte-americana em 2005.
A comissão da ONU dedica a sessão de
hoje à avaliação do cumprimento pelo Vaticano dos compromissos assumidos
com a ratificação da Convenção dos Direitos da Criança, em 1990, e os
respectivos protocolos em 2000.
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