A Justiça da Suíça bloqueou US$ 6,8
milhões depositados em nove contas secretas de Genebra e Zurique por
suspeitar que o dinheiro esteja ligado ao esquema de corrupção do
Distrito Federal que ficou conhecido como mensalão do DEM.
Documento obtido com exclusividade pelo
‘Estado’ mostra que as contas foram congeladas em março do ano passado
e, depois disso, houve duas tentativas de reverter a decisão.
As autoridades do país europeu entraram
no caso depois de receberem informações da Procuradoria-Geral da
República em setembro de 2012. Os investigadores brasileiros apontavam
indícios de lavagem de dinheiro e da remessa de quantias supostamente
desviadas do Distrito Federal para as duas cidades suíças.
O Ministério Público da Suíça, então,
abriu “instrução penal” para apurar “diversas contas”. A investigação
acarretou o pedido de bloqueio do dinheiro.
Três meses antes de pedir ajuda às
autoridades do país europeu, a Procuradoria-Geral denunciou ao Superior
Tribunal de Justiça 37 pessoas pelo mensalão do DEM, que envolvia
acusações de desvio de dinheiro público. Entre os acusados estão o
ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e o
ex-vice-governador Paulo Octávio. Na época do escândalo ambos eram
filiados ao DEM, um dos principais partidos de oposição do Brasil – a
dupla ficou no comando do Distrito Federal de 2007 a 2010. Quando o caso
veio à tona, no fim de 2009, Arruda chegou a aparecer em um vídeo
recebendo maços de dinheiro.
O delator do esquema foi Durval
Rodrigues Barbosa, que era secretário do governo Arruda no Distrito
Federal. Ele também está entre os denunciados, mas poderá ser
beneficiado por ter revelado os desvios de dinheiro.
Os denunciados negam relação com as contas na Suíça.
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