O papa Francisco admitiu o risco de militantes entrarem na Europa em
meio a uma enorme onda de refugiados que fogem da guerra na Síria, em
entrevista, e disse que a crise de refugiados é apenas a “ponta do
iceberg” de um sistema econômico global “injusto”.
Em entrevista à emissora católica portuguesa Rádio Renascença,
divulgada nesta segunda-feira (14), o papa se referiu ao risco de que o
Estado Islâmico, que já matou cristãos e outras minorias no Oriente
Médio, possa lançar ataques na Europa.
“É verdade, eu também quero reconhecer que hoje em dia as condições
de segurança territoriais não são as mesmas que havia em outros períodos
[de imigração em massa]”, disse Francisco, na entrevista. “A verdade é
que a apenas 400 quilômetros da Sicília há um grupo terrorista
incrivelmente cruel. Portanto, há risco de infiltração, isso é verdade.”
Militantes do Estado Islâmico fizeram ameaças contra alvos católicos
em Roma, os quais foram amplamente divulgados, e a segurança foi
intensificada na Cidade do Vaticano e outros locais religiosos na Itália
que atraem muitos peregrinos e turistas.
O pontífice reiterou, também, seu pedido para que as paróquias de
todo o mundo acolham uma família de refugiados e confirmou que duas
famílias estão em vias de se mudar para o próprio Vaticano. Segundo o
papa, elas podem ficar “tanto tempo quanto o Senhor quiser”.
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