Pesquisadores americanos descobriram que
é possível identificar um dos sintomas do autismo já nos primeiros
meses de vida de um bebê. Segundo o novo estudo, autistas apresentam, já
a partir do segundo mês de vida, uma piora na capacidade de manter
contato visual com outras pessoas. A pesquisa foi publicada nesta
quarta-feira na revista Nature.
“Nós observamos um declínio da
capacidade de manter o olhar no de outra pessoa com o tempo, e não uma
ausência completa de contato visual. Esse achado tem o potencial de
mudar de forma dramática as futuras estratégias de intervenção precoce
(em crianças com autismo)”, diz Ami Klin, diretor do Centro de Autismo
Marcus, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo.
Os pesquisadores acompanharam crianças
desde o nascimento até elas completarem 3 anos. Eles perceberam que
aquelas que foram diagnosticadas com autismo aos 3 anos apresentaram
desde muito pequenas um declínio na capacidade de estabelecer contato
visual com outras pessoas. Essa piora aconteceu de forma contínua a
partir do segundo mês de vida e prosseguiu até os 2 anos.
A pesquisa avaliou 110 crianças. Parte
delas apresentava um maior risco de desenvolver autismo, pois tinha um
irmão mais velho diagnosticado com o transtorno — o que, segundo os
pesquisadores, aumenta em até vinte vezes o risco. O restante das
crianças foi considerado com baixo risco de autismo, pois não tinha
nenhum parente até terceiro grau com o transtorno.
Os pesquisadores realizaram uma série de
testes ao longo dos três primeiros anos de vida das crianças. Após a
confirmação do diagnóstico de autismo, quando elas completaram três
anos, os cientistas revisaram os testes para descobrir o que
diferenciava as autistas das outras.
Em comunicado, os autores informaram que
pretendem realizar esse estudo com um número maior de crianças para
comprovar os resultados.
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