O médico preso na manhã desta terça-feira (5), em Cascavel, no oeste do Paraná, confessou
que não cumpria as três horas diárias pelas quais recebia R$ 2.538,00
por mês para atender em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade. Em
depoimento, ele afirmou que “não tinha nenhum paciente”, por isso se
ausentava para atender no consultório particular dele. Após o
depoimento, ele foi levado para a carceragem, onde vai aguardar decisão
judicial.
“O médico admitiu que, ao chegar no seu local de trabalho, não raras
vezes não tinha nenhum paciente preparado para atendimento e, em razão
disso, segundo ele, se ausentava, passava na clínica dele e,
eventualmente, fazia atendimentos particulares nesse horário até que ele
retomasse para os atendimentos [na UBS)’, relatou o delegado Júlio
Reis. Segundo ele, o profissional vai responder por falsidade
ideológica.
Além disso pode responder por peculato e omissão de socorro,
dependendo do que for apurado nas investigações. Outros funcionários da
unidade também serão investigados.
O médico ginecologista foi flagrado atendendo em uma clínica particular
durante o horário de expediente que deveria cumprir na unidade de
saúde. Ele também recebe outros R$ 14.700,00 por oito horas de
expediente na Unidade de Pronto Atendimento, porém, não faz parte das
investigações.
Segundo a polícia, que registrou imagens do médico, o ginecologista
registrou o cartão ponto na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Bairro
Faculdade por volta das 7h e saiu minutos depois. O profissional foi
seguido e visto entrando no consultório que mantém no centro da cidade. A
prática ilegal foi registrada em imagens feitas pelos policiais durante
ao menos três dias: na quinta-feira (30), na segunda (4) e nesta terça.
A prefeitura adiantou que abrirá uma sindicância para apurar o caso e o
médico poderá ser impedido de continuar prestando o serviço público.
Ele trabalhava para o município desde 2007.
O flagrante é resultado de cerca de um mês de investigações feitas pela
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde da Câmara Municipal de
Cascavel. Denúncias feitas por usuários de casos semelhantes vêm sendo checadas com a ajuda da polícia.
O Conselho Regional de Medicina disse que não vai se pronunciar sobre o caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário