A decisão já era esperada pelo setor elétrico e pelo mercado,
após a mudança na metodologia do sistema, anunciada nesta semana. A
partir de agora, além do preço da energia no mercado à vista, o sistema
passa a considerar também o nível dos reservatórios das hidrelétricas,
que estão em patamar crítico em razão do prolongamento da estiagem na
região central do País.
"Não houve evolução na situação dos reservatórios das usinas
hidrelétricas em relação ao mês anterior e, ainda que não haja risco de
desabastecimento de energia elétrica, é preciso reforçar as ações relacionadas ao uso consciente e combate ao desperdício", afirmou a Aneel.
"O patamar 2 indica a necessidade de operar usinas térmicas mais caras
para compensar a geração hidráulica inibida pela falta de chuvas",
acrescentou a agência reguladora.
A seca levou o governo a realizar avaliações semanais sobre as
condições de fornecimento de energia no País. O abastecimento está
garantido, mas a custos elevados, devido à necessidade de acionamento de
termelétricas. A estiagem é tão intensa que já é possível afirmar que o
ano é um dos piores da história na região central do País, que reúne
80% de todos os reservatórios.
No novo sistema, a bandeira verde continua da forma como está, sem taxa
extra. Na bandeira amarela, a taxa extra cai de R$ 2,00 para R$ 1,00 a
cada 100 quilowatt-hora consumidos (kWh). No primeiro patamar da
bandeira vermelha, o adicional continua em R$ 3,00 a cada 100 kwh, mesmo
valor do sistema atual. E no segundo patamar da bandeira vermelha, a
cobrança passa a R$ 5,00 a cada 100 kWh, ante R$ 3,50 a cada 100 kWh.
O sistema de bandeiras tarifárias é uma forma diferente de cobrança na
conta de luz. O modelo reflete os custos variáveis da geração de
energia. Antes, esse custo era repassado às tarifas uma vez por ano, e
tinha a incidência da taxa básica de juros, a Selic, o que deixava a
conta mais cara. Agora, esse custo é cobrado mensalmente e permite ao
consumidor adaptar seu consumo e evitar sustos na conta de luz.
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