quinta-feira, junho 16, 2016

Mais de 40% da população recusa doar órgãos de familiares no Brasil.

Poucas pessoas sabem, mas o Brasil é destaque no contexto mundial de doação de órgãos e tecidos, principalmente por ter o maior sistema público de transplantes do mundo. Porém, a alta taxa de recusa familiar para doação de órgãos é um problema grave no país. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 40% da população brasileira não aceita doar órgãos de parentes falecidos com diagnóstico de morte cerebral, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país.

Segundo o médico Leonardo Borges de Barros e Silva, coordenador da Organização de Procura de Órgãos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), os motivos para a recusa familiar são diversos: desde crenças religiosas que impedem a realização da doação, até o desconhecimento e não aceitação da morte encefálica, que faz com que muitos familiares acreditem que a condição do ente querido com o corpo quente e o coração batendo seja um indicativo de que ele sobreviverá.

“Entretanto, o diagnóstico de morte encefálica – conhecida também como morte cerebral – é irreversível, ou seja, o paciente perde todas as funções que mantêm a sua vida, como a consciência e capacidade de respirar. O coração permanece batendo e os demais órgãos funcionando. Com exceção das córneas, pele, ossos, vasos e valvas do coração, é somente nessa situação que os órgãos podem ser utilizados para transplante”, observa o especialista.

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