O líder do PT na Câmara, deputado Afonso
Florense (BA), afirmou ontem quarta-feira (15), que a área jurídica do
partido estuda apresentar um novo pedido de impeachment do presidente em
exercício Michel Temer, com base na citação ao peemedebista feita pelo
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em delação premiada. Segundo o
petista, o partido aguarda a apresentação das provas contra o
peemedebista para embasar esse novo pedido.
“Estamos estudando um novo pedido de
impeachment, mas preferimos só tomar uma providência quando as provas
forem apresentadas”, disse Florense ao Broadcast Político, serviço em
tempo real da Agência Estado. Para o líder, as acusações feitas por
Machado são graves. Ele argumenta, porém, que o PT não fará o mesmo que o
PMDB e outros partidos articuladores do impeachment da presidente
afastada Dilma Rousseff fizeram: apresentar um pedido de impeachment sem
provas.
Atualmente, já tramita na Câmara outro
pedido de impeachment de Temer, sob acusação de que ele cometeu crime de
responsabilidade ao assinar decretos de crédito suplementar sem
autorização do Congresso (mesmo argumento usado para embasar o
impeachment de Dilma). O processo foi aberto na Casa por ordem do
Supremo Tribunal Federal, mas a comissão que analisará a representação
não foi instalada, pois líderes aliados de Temer se recusam a indicar
seus representantes.
O líder do PT na Câmara descartou uma
possível solicitação de aditamento das denúncias feitas por Machado na
delação a esse primeiro pedido de impeachment. “Não são fatos
correlatos”, disse. Florense afirmou que, para o partido, Temer e Dilma
não cometeram crime de responsabilidade com os decretos. Mesmo assim o
PT vai aumentar a cobrança pública para que os líderes indiquem membros
para comissão, em uma forma de pressão política contra Temer.
Como mostrou mais cedo o Broadcast
Político, o PSOL também deve apresentar um novo pedido de impeachment
contra Temer com base na delação premiada de Sérgio Machado. “É bem
possível”, disse o líder da legenda na Câmara, deputado Ivan Valente
(SP). Segundo o parlamentar, a sigla também deve protocolar um pedido
para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue o presidente
da República em exercício.
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