Questionada sobre a saída do terceiro
ministro do governo Temer por causa das investigações da Operação Lava
Jato, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou na tarde desta
sexta-feira, 17, que “todo dia nós acordamos e nos perguntamos: quem vai
cair hoje?”, em discurso feito na Universidade Federal de Pernambuco,
no Recife.
Citado em delação premiada do
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, Henrique Eduardo Alves
(PMDB) pediu na quinta-feira (16) demissão do Ministério do Turismo. Nos
35 dias de gestão interina do peemedebista caíram também Romero Jucá,
ex-titular do Planejamento, e Fabiano Silveira, que chefia a pasta da
Transparência. Os dois deixaram o governo em razão da divulgação de
gravações feitas por Machado que mostravam a discussão sobre medidas
para barrar a Lava Jato.
Dilma reiterou críticas ao governo Temer
e acrescentou que “eles não venceram, são interinos”. A presidente
afastada é alvo de um processo de impeachment em análise no Senado por
ter, segundo os autores do pedido do procedimento, o jurista Miguel
Reale Jr. e a advogada Janaina Paschoal, autorizado manobras contábeis
para melhorar artificialmente as contas públicas e, ainda, pela edição
de uma série de decretos que resultaram na abertura de créditos
suplementares.
Na quinta-feira, 16, em Salvador, Dilma
declarou que Temer “está desmontando tudo” ao ser abordada sobre novos
limites de gastos em saúde e educação apresentados pela equipe econômica
do governo interino. “Estão desmontando tudo e tentando esconder que
deram um golpe”, disse ela. Ao discursar no plenário da Assembleia
Legislativa da Bahia, Dilma afirmou que o governo Temer pratica o
“desmonte” valendo-se de programas que não passariam pelas urnas.
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