O governo federal anunciou hoje (23) a criação da Coordenação
Nacional dos Raros, que acompanhará a situação de pacientes com
diagnóstico de Síndrome de Turner, lúpus eritematoso sistêmico,
hipotiroidismo congênito, esclerose múltipla, fibrose cística,
epidermólise bolhosa, Doença de Crohn e outras doenças raras. A divisão
ficará a cargo da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com
Deficiência, vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos
Direitos Humanos (MMFDH).
Segundo o Ministério da Saúde, acredita-se que existam entre 6 mil a 8
mil tipos diferentes de doenças raras em todo o mundo. Estimativas dão
conta de que, somente no Brasil, aproximadamente 13 milhões de pessoas
sofram com alguma enfermidade assim classificada.
Um quadro de saúde é considerado raro quando afeta até 65 pessoas em
cada 100 mil indivíduos, ou seja, 1,3 de cada 2 mil indivíduos. Embora
elementos ambientais, imunológicos e de outros tipos influam na
probabilidade de uma pessoa desenvolver uma doença rara, o fator mais
expressivo é o genético, que provoca 80% dos padecimentos.
Os sintomas, que podem variar de pessoa para pessoa acometida pela
mesma condição, são fatais para grande parte dos pacientes, que são,
majoritariamente, crianças. Cerca de 30% dos pacientes com doenças raras
morrem antes de completar cinco anos de idade, conforme dados do
Ministério da Saúde.
A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ressaltou a importância da nova
coordenação na solenidade de criação da nova unidade. “A inclusão e
qualidade de vida das pessoas com síndromes e com doenças raras, além
das pessoas com surdez e outras deficiências, com quem me identifico
tanto, são a minha bandeira, esta é a minha luta. Reafirmo aqui que o
Poder Público pode e deve agir ainda mais por estas pessoas no estudo e
na disseminação do conhecimento sobre essas doenças e síndromes”, disse.
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, sugeriu que sua pasta e o
Ministério da Mulher invistam em pesquisas, especialmente aquelas que
visem baixar o custo das medicações usadas nos tratamentos, que só
propiciam controle dos sintomas, uma vez que as doenças não têm cura.
“Eu acho que nós podemos estimular pesquisas. O governo pode criar,
junto com o Ministério da Educação, Ministério da Saúde e até o
Ministério da Cidadania, em algumas circunstâncias, e a ministra Damares
[do MMFDH] coordenando, nós podemos ter uma linha especial de pesquisa
para as doenças raras”, defendeu.
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