Funcionários de todas as empresas do Sistema Eletrobras iniciaram
hoje (11) uma paralisação de 72 horas em todo o país contra a
privatização da companhia. Eles também pedem a saída do presidente da
estatal, Wilson Ferreira Junior.
O diretor da Confederação Nacional dos Urbanitários e da Associação
dos Empregados da Eletrobras, Emanuel Mendes, disse que a greve tem a
adesão de 90% dos funcionários, apesar de decisão judicial do Tribunal
Superior do Trabalho que determinou que 75% dos funcionários continuem
trabalhando.
O dirigente sindical afirmou que a determinação é de sexta-feira e
que o sindicato ainda não havia sido notificado até a manhã de hoje,
quando deflagrou a greve. A decisão se deu após uma ação da Eletrobras,
que também pediu que a greve fosse declarada ilegal, o que não foi
concedido pelo ministro Mauricio Godinho Delgado, do TST.
Durante o dia, os funcionários se reunirão em assembleia para
deliberar se o movimento terá continuidade ou não. Emanuel afirmou que
os sindicatos devem ser notificados da decisão do TST ao longo do dia de
hoje. Se a decisão for descumprida, as entidades sindicais que
representam a categoria poderão ser multadas em até R$ 100 mil diários.
"Ao longo do dia de hoje, faremos as assembleias para deliberar a
posição que vamos tomar daqui para frente", disse Mendes. "Nossa
paralisação é contra a privatização do Sistema Eletrobras. Na nossa
avaliação, isso trará prejuízo para a sociedade, com reajustes na conta
de luz."
A confederação também considera que a privatização vai gerar
demissões em massa nas empresas do sistema, além de precarização do
trabalho e dos serviços prestados.
Em nota, a Eletrobras afirma "que não dispõe de recursos suficientes
para realizar os investimentos necessários em geração e transmissão de
energia elétrica no país e, portanto, a capitalização da companhia tem
por objetivo garantir a sua sustentabilidade".
"Quanto à questão das tarifas, a Eletrobras esclarece que, em outubro
de 2017, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), atendendo a
ofício do Ministério de Minas e Energia, fez um estudo com vários
cenários em que apontava uma redução da tarifa de energia elétrica em
1,48%, já em 2019, como consequência da desestatização. A empresa
informa ainda que não há demissão em massa. Todos os desligamentos do
quadro de pessoal feitos no processo de reestruturação da empresa foram
por meio de programas de aposentadoria extraordinária ou de demissões
consensuais, com o pagamento de todos os direitos trabalhistas. Essas
medidas visam tão somente a reduzir os custos da companhia, para padrões
regulatórios definidos pela Aneel", diz a nota.
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