O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou, ontem
(13), que não estabeleceu nenhuma condição para aceitar o convite do
presidente Jair Bolsonaro para deixar a magistratura e assumir um cargo
no governo federal. Segundo o ministro, o comando da pasta só lhe foi
oferecido após Bolsonaro ter sido eleito, em outubro de 2018.
“Eleito,
ele [Bolsonaro] anunciou publicamente o convite. Eu, então, fui à casa
dele no Rio de Janeiro. Conversamos e eu não estabeleci nenhuma
condição”, disse Moro.
De acordo com o ministro, pesou sobre sua decisão o fato de que ele e
toda a equipe responsável pela Operação Lava Jato e por outras ações
judiciais de combate à corrupção trabalhavam com “a perspectiva de que a
nossa sorte um dia ia acabar e de que, a partir de determinado momento,
o sistema passaria a nos impor uma série de derrotas, inclusive com
mudanças de leis e que todo o nosso trabalho estaria perdido”. E
acrescentou, “eis o motivo pelo qual, salvo engano, em 1º de novembro,
eu aceitei o convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir o cargo
de ministro da Justiça e Segurança Pública”.
“Não vou receber um convite e estabelecer condições sobre
circunstâncias futuras que não se pode controlar. O que eu levei para o
presidente é que [no cargo] eu queria trabalhar contra a corrupção,
crime organizado e crime violento. E houve uma convergência de pautas,
além de o presidente ter me dado carta branca para construir [a equipe
do] ministério”, acrescentou Moro, destacando que a pasta está “repleta”
de pessoas com quem ele trabalhou ao longo de seus 22 anos na
magistratura.
Domingo (12), o presidente Jair Bolsonaro disse, em
uma entrevista à Rádio Bandeirantes, que havia se comprometido com Moro a
indicá-lo para uma vaga como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
e que pretende cumprir o combinado.
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